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Por Andrea Cardoso | FuturosX
22/8/2021

Por que a Alfabetização Digital é tão importante para o Futuro da Sociedade?

A Alfabetização Digital é um dos grandes amores da minha área de atuação. Por que? Porque atuamos no Empoderamento Digital! E estar capacitado nesta habilidade tecnológica, significa estar pronto para desbravar o nosso novo mundo (pós-pandemia) em suas mais diversas áreas e visões.

Para se ter uma ideia da importância deste tema, o mesmo é contemplado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, na ODS 4 – Educação de Qualidade, que visa garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos, além da meta de aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes até 2030, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo.

Quando ouvimos sobre Alfabetização já lembramos da fase inicial da criança que aprende a ler e escrever. No contexto atual, tornou-se necessário ampliar o termo Alfabetização para o ambiente Digital, pois percebeu-se que mesmo em fase adulta, muitos de nós ainda somos “crianças digitais”, que necessitam dar os primeiros passos no acesso, compreensão e uso das tecnologias digitais. Em especial as tecnologias de informação e comunicação (TIC) e uso da Internet. 

Segundo o Índice Inclusivo da Internet, nosso país está em 36º lugar no ranking mundial. O Brasil tem boa disponibilidade e acessibilidade à Internet, entretanto, tem baixa pontuação em “Prontidão para a Internet” (69º lugar), esse último índice mede justamente a Alfabetização Digital, ou seja, o nível de educação e preparação para usar a Internet. A prontidão também contempla a políticas públicas, a confiança e aceitação cultural da Internet.

Além da internet, as tecnologias são diversas, vão desde dispositivos físicos como notebooks e smartphones, até aplicativos digitais como WhatsApp e as ferramentas do Google. Para a Psicologia, em especial, destacamos as TIC´s – Tecnologias de Informação e Comunicação que nos possibilitam realizar o atendimento online à pacientes e clientes nos serviços de psicologia.

Capacitar-se no uso das tecnologias digitais, vai além de desenvolver a habilidade computacional (que é bem importante), pois significa desenvolver questões emocionais de encorajamento, enfretamento do medo da exposição, pensamento crítico sobre as notícias ou adaptação a inovação das Redes Sociais.

E neste contexto, o tema de Inclusão Digital é fundamental para o futuro da humanidade, uma vez que a tecnologia digital é um instrumento que garante o acesso à educação, oportunidades sociais, econômicas e políticas. A boa notícia é que já existem cursos que aproximam os psicólogos dessa nova realidade como o Marketing para Psicólogos e o curso de Alfabetização Digital da FuturosX

E você? Quer fazer parte da transformação que o empoderamento digital pode trazer para o nosso futuro?

Para te motivar a desbravar a tecnologia mostrando como é possível ser letrado no digital sem complicações fizemos uma entrevista rápida com as queridas irmãs Coaxi, grande exemplo de como a Alfabetização Digital pode mudar a sua vida. 

Na foto as professoras e irmãs Coaxi – da esquerda para direita Silvânia, Tina e Sulemi, atuação de referência na área de Educação Escolar e Especial do Município de Sapeaçu – Bahia. 

Sulemi Coaxi é Graduada em Letras pela UNEB, Especialista em Gênero e Direitos Humanos pela UFRB e Neuropedagoga, Fundadora e Diretora da Associação Pestalozzi de Sapeaçu. Já Silvânia Coaxi é Graduada em Pedagogia pela FACE, Especialista em Educação Especial e Libras e Professora da Pestalozzi de Sapeaçu. Ana Cristiana Coaxi é Graduada em Pedagogia pela FADBA, Especialista em Psicopedagoia e Neuropedagogia, além de ser Presidente da Associação Pestalozzi de Sapeaçu.

1. Quais foram os principais desafios do estudo à distância no contexto de Pandemia?

Por parte do professor, é preciso ter consciência do quanto sabe (pouco ou muito) e do quanto é necessário aprender. Empenhar-se em superar as dificuldades de um aprendizado fragmentado, isto é, vai se aprendendo ou pegando pequenas dicas aqui ou acolá sem ter uma visão integral da mídia que se está trabalhando e isto dificulta cada vez mais quando o uso não é frequente.

O professor ainda precisa desenvolver sua autonomia em aprender e usar a tecnologia, superando a dependência de alguém mais novo e experiente com a tecnologia (ex. adolescente da família). 


2. Quais foram os impactos sobre a saúde emocional dos professores, alunos e outros colaboradores da escola?

O maior impacto sobre a saúde emocional do professor, é a constatação de que este não sabe o suficiente para a utilização da tecnologia. Ou seja, o fato de ter que desenvolver um ensino que supere o trivial, para poder implementar sua rotina de trabalho, mas não sabe como fazê-lo. Isto gerou angústias, medos, insegurança, ansiedade e acaba travando os profissionais. Mas a interação entre os pares gera uma rede de solidariedade, pois um ajuda o outro compartilhando aquilo que sabe ou buscando entender juntos o que está sendo passado.



3 - Como vocês se sentiam antes de se capacitarem no Digital? Quais eram as principais dificuldades ?

Antes de nos capacitarmos cada uma tinha usos diferentes do digital, utilizando ferramentas diferenciadas ou com nível adequado a necessidade particular ou com outras fontes de formação ou capacitação. Foi necessário ter um conhecimento mais linear e equânime para desempenhar tarefas específicas e demandas do âmbito escolar e institucional.

Como tudo teve que se adequar rapidamente no digital, foram inúmeras ferramentas disponibilizadas para participar de reuniões, cursos seminários, aulas treinamentos, conferências e etc. Uma enxurrada de compromisso digitais, cada um com características e performance peculiares.


4 - Como o curso de Alfabetização contribuiu para o trabalho de vocês? 

O Curso de Alfabetização contribuiu não só para o nosso trabalho, mas também para as realizações sociais e a articulação nos mais variados grupos e setores. No trabalho, permitiu congregar as pessoas para a formação no espaço virtual, para isso cada um mobilizou os sabores de quem estava por perto (filhos, sobrinhos) para lhes assessorar no acesso aos espaços virtuais, possibilitou prática, e exercer a paciência com quem está a aprendendo (e estamos falando de professores).

Fomos instigadas a falar de nossos processos de aprendizagem (Metacognição) e nos dispormos a trilhar esse caminho. Buscamos adequar a metodologia e a didática para adaptá-las a linguagem de nossa clientela (gravação de vídeo aula, por exemplo) uso das ferramentas do google meet para agendamento de reuniões pedagógicas e vivência de arte terapia.


5 - Como vocês acham que a Comunidade de Inovação pode contribuir com a Inclusão Digital? 

A Comunidade de Inovação pode contribuir com a inclusão digital, primeiramente, possibilitando que os grupos experimentem outras ferramentas para a avaliação de forma interativa e criativa, oportunizando informação linear e descomplicadas com linguagem acessível, a exemplo das estratégias utilizadas durante a formação. Nossa outra irmã Beni, é psicóloga e precursora deste movimento de Inovação, sendo uma das Embaixadoras da Comunidade de Inovação.


6 - Como você enxerga a Educação do Futuro?

Enxergamos uma educação do futuro que promova o emprego de várias linguagens de ferramentas digitais; que seja acessível a todos, mas que respeite o ritmo das pessoas, seus limites e potencialidades; que descomplique o aprendizado e desperte nas pessoas o desejo de se conectarem; que eles não se escondam por trás dos seus medos; nas que ultrapassem as barreiras e se empoderem no digital, que seja uma educação humanista.


7 - Deixe uma mensagem motivacional para os Psicólogos/Leitores da Revista PSF darem o primeiro passo na Alfabetização Digital

A relação entre pessoa e tecnologia digital só é superada quando compartilhamos os saberes para que todos se sintam e efetivamente estejam alfabetizados digitalmente, mas sempre será uma relação de ensino-emoção-aprendizagem, sendo assim, o humano estará sempre presente e necessitando de mediações. Que todos nos coloquemos como praticantes da solidariedade digital para construirmos um mundo mais inclusivo.

Por Andrea Cardoso | FuturosX
Psicóloga com Pós-Graduação em Gestão de Negócios pela FGV. Certificação Internacional em Foresight (Futurismo). Consultora e Palestrante. Membro do Movimento Teach the Future. Suas paixões são curtir sua filha Mafê, viajar e estudar muitoooo.
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